Memórias de Mim
Sonhos em flor e corações
amigos, amores mortos e ideais antigos passam por mim nesta manhã serena....E,
recordo com saudade outras manhãs...vivas, de ruídos alegres, de cores e
sabores que enchiam minha alma...Da vozinha dos meus filhos lendo no seu quarto,
era quase comum, sons de vídeo game, tv, rádio, filmes, bagunça. Minha menina
ensinando a mais nova como fazer uma continha, daquelas tão cabeludas de raiz
quadrada...ah..a cena fazia-me rir, mas o teor com que ensinava era tão séria e
afinada parecendo saber tudo. Era um momento mágico, de comunhão, amor,
sabedoria, inteligência... Paz... Entre irmãos. Eu ficava quietinha espionando
comovida. De manhã, abria-se a janela, o sol surgia, percebia dois anjos
dormindo e um menino no quarto ao lado acordando...
No livro da minha vida
TUDO é importante
TUDO é vida em mim
TODAS as memórias
TODAS! As boas e as más
NADA é esquecido
TUDO faz parte de mim
SOU assim....
Preencho meus vazios com
memórias de mim
Busco em cada gota do calor
que agora desce
do meu rosto, cada partícula
do meu ser fica sentindo
uma longa espera...como
se...a gota de suor fosse deslizando
de mansinho, igual quando se
espera a vida inteira.
Por alguma coisa que parece
não ter fim.
Imaginando assim...será que
logo vai acabar.
Quando tempo ainda demora,
preciso da resposta
de uma afirmação, quero um
rumo, preciso viver mais um pouco
Uma noite, talvez um dia,
quem sabe uma hora, dois dias.
Não sei quanto isso é tão
lógico na nossa vida.
Desentorto um caminho, uma
curva surge tão longa e incerta, dou
passos lentos, passos largos,
vejo meninos pulando, meninas brincando
pequenos pirilampos, pássaros
cantando, ameixas se abrindo, flores
murchando, a brisa mexendo as
árvores.
Enquanto uma abelha pousa,
uma poça
de água espelha o céu.
Sigo cantando para a chegada
de mais um dia.
Subo degraus,venço o vento
corro contra o tempo
avanço o sinal
permaneço estática
quero algo fantástico
vou para algum lugar.
Encho meu mundo de brisa
faço cena,me descabelo
penteio as melenas
aprisiono os pensamentos
lanço um olhar, vejo o filme
repetido
que passou em algum festival.
Passo o dedo no bolo, tem
gosto de merengue quente
daqueles do tempo da
geladeira sem freezer
me esqueço, finjo que não
vejo.
Quero assistir o futebol da
copa de trinta
quando mané ainda não era
garrincha
Pelé queria ficar branco,
tentando evitar o sofrimento
de Michael Jackson.
A noite foi se entre paredes
vazias com gritos de silêncio
Não compreendendo palavras,
calo-me para não me escutar, tento em vão
Mas não as contenho.
Preciso analisar sabendo
averiguar
Cada palavra que brota de
dentro de minha alma
Se o sentimento não for maior
e o amor não dominar meu coração
Simplesmente
Calo-me.....
Calou-se meu sonho, será que
ficou na saudade?
Acho que já descobri, eu
andava meio aflita pelo sacrifício
e não percebi que na verdade
já era um sonho encantado
Sem problema ele agora se fez
realidade.
By Iria Horn