sexta-feira, 30 de maio de 2014

Memórias de Mim


                    Memórias de Mim

Sonhos em flor e corações amigos, amores mortos e ideais antigos passam por mim nesta manhã serena....E, recordo com saudade outras manhãs...vivas, de ruídos alegres, de cores e sabores que enchiam minha alma...Da vozinha dos meus filhos lendo no seu quarto, era quase comum, sons de vídeo game, tv, rádio, filmes, bagunça. Minha menina ensinando a mais nova como fazer uma continha, daquelas tão cabeludas de raiz quadrada...ah..a cena fazia-me rir, mas o teor com que ensinava era tão séria e afinada parecendo saber tudo. Era um momento mágico, de comunhão, amor, sabedoria, inteligência... Paz... Entre irmãos. Eu ficava quietinha espionando comovida. De manhã, abria-se a janela, o sol surgia, percebia dois anjos dormindo e um menino no quarto ao lado acordando...
No livro da minha vida
TUDO é importante
TUDO é vida em mim
TODAS as memórias
TODAS! As boas e as más
NADA é esquecido
TUDO faz parte de mim
SOU assim....
Preencho meus vazios com memórias de mim
Busco em cada gota do calor que agora desce
do meu rosto, cada partícula do meu ser fica sentindo
uma longa espera...como se...a gota de suor fosse deslizando
de mansinho, igual quando se espera a vida inteira.
Por alguma coisa que parece não ter fim.
Imaginando assim...será que logo vai acabar.
Quando tempo ainda demora, preciso da resposta
de uma afirmação, quero um rumo, preciso viver mais um pouco
Uma noite, talvez um dia, quem sabe uma hora, dois dias.
Não sei quanto isso é tão lógico na nossa vida.
Desentorto um caminho, uma curva surge tão longa e incerta, dou
passos lentos, passos largos, vejo meninos pulando, meninas brincando
pequenos pirilampos, pássaros cantando, ameixas se abrindo, flores
murchando, a brisa mexendo as árvores.
Enquanto uma abelha pousa, uma poça
de água espelha o céu.
Sigo cantando para a chegada de mais um dia.


Subo degraus,venço o vento
corro contra o tempo
avanço o sinal
permaneço estática
quero algo fantástico
vou para algum lugar.
Encho meu mundo de brisa
faço cena,me descabelo penteio as melenas
aprisiono os pensamentos
lanço um olhar, vejo o filme repetido
que passou em algum festival.
Passo o dedo no bolo, tem gosto de merengue quente
daqueles do tempo da geladeira sem freezer
me esqueço, finjo que não vejo.
Quero assistir o futebol da copa de trinta
quando mané ainda não era garrincha
Pelé queria ficar branco, tentando evitar o sofrimento
de Michael Jackson.
A noite foi se entre paredes vazias com gritos de silêncio
Não compreendendo palavras, calo-me para não me escutar, tento em vão
Mas não as contenho.
Preciso analisar sabendo averiguar
Cada palavra que brota de dentro de minha alma
Se o sentimento não for maior e o amor não dominar meu coração
Simplesmente
Calo-me.....
Calou-se meu sonho, será que ficou na saudade?
Acho que já descobri, eu andava meio aflita pelo sacrifício

e não percebi que na verdade já era um sonho encantado

Sem problema ele agora se fez realidade.

By Iria Horn

Jamais eu o esqueci!



Jamais eu o esqueci!

Se quando andares pela praia
E o vento gelado desalinhar teus cabelos
E a brisa fria tocar teu rosto
Sentindo como uma leve carícia
Lembra-te que eu pedi em pensamento
Para a brisa e o vento tocar teu corpo assim.

Se a madrugada fria e gelada
Invadir teu sentimento
E teu corpo tremer no sofrimento
Lembra-te que eu andei sentindo tudo isso assim.

Quando andares pela relva macia
E teus pés afundarem sentindo a umidade
De gotas da chuva
Lembra-te do arco-íris encantado
Do trovão ruidoso
Do raio iluminado
Do nosso amor inacabado
Do nosso silencio no anoitecer
Das nossas noites estreladas
De horizontes coloridos
De amarelos, vermelhos, azuis e brancos.

Mas se no teu silencio
Sentir
Que tudo ainda é saudade
E essa mesma saudade
Tentar te consumir
Lembrasse que eu...
Jamais...
O esqueci!

Autoria:
Iria Horn
Criado no dia 12/04/2010